CUIABÁ

Vereador quer proibir “bebês reborn” no SUS e terapia para quem trata-los como filhos

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Vereador quer proibir “bebês reborn” no SUS e terapia para quem trata-los como filhos
Projeto de lei também propõe multa de R$ 10 mil se bonecos forem levados para atendimento médico

Conteúdo/ODOC - O vereador Rafael Ranalli (PL) protocolou na Câmara Municipal de Cuiabá um projeto de lei que pretende vetar completamente o atendimento médico a bonecas hiper-realistas do tipo “bebê reborn” nas unidades públicas de saúde da capital. A proposta, registrada sob o número 286/2025, já está em tramitação e tem gerado debates sobre limites do uso dos serviços do SUS e saúde mental.

Os “reborns” são bonecas fabricadas para imitar com alto grau de realismo bebês de verdade, com detalhes que incluem peso, textura da pele e até veias visíveis. Apesar de muito populares em redes sociais, como TikTok e Instagram, onde são usados em vídeos de simulação de maternidade, esses objetos têm aparecido até em filas de postos de saúde, onde supostos “pais” e “mães” buscam atendimento para eles.

O projeto de Ranalli proíbe expressamente qualquer forma de triagem, acolhimento, registro ou atendimento médico-hospitalar a essas bonecas. A proposta também prevê punições: unidades reincidentes poderão ser multadas em até R$ 10 mil, e profissionais da saúde que participarem do atendimento poderão ser denunciados a conselhos de classe, como o Conselho Regional de Medicina (CRM).

Mais do que isso, o texto traz um ponto que promete esquentar a discussão: pessoas que procurarem atendimento médico para bonecas reborn deverão ser encaminhadas para avaliação psicológica ou psiquiátrica, conforme diretrizes do Sistema Único de Saúde.

Na justificativa, o parlamentar afirma que a intenção não é ridicularizar quem tem apego às bonecas, mas sim garantir que recursos públicos sejam utilizados com responsabilidade. “Estamos falando de serviços de saúde voltados a seres humanos. Isso aqui é para proteger vidas reais”, argumenta Ranalli.

A proposta divide opiniões. De um lado, há quem veja exagero e possível estigmatização de pessoas com vínculos afetivos com os reborns. De outro, apoiadores dizem que é preciso estabelecer limites para evitar desperdício e preservar o foco da saúde pública.

O projeto ainda será analisado pelas comissões da Casa antes de seguir para votação em plenário.