Conteúdo/ODOC - O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, condenou oito pessoas por participação em um esquema criminoso de furto e adulteração de cargas de fertilizantes e insumos agrícolas, que causou um prejuízo estimado em R$ 18 milhões.
O grupo foi investigado na Operação Placebo, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) em 2022. A sentença foi publicada nesta quinta-feira (29).
Foram condenados Maurício dos Reis e Leandro Martins Pinto, apontados como líderes do esquema. Ambos pegaram mais de 7 anos de prisão, em regime inicial fechado.
Os demais condenados são Júlio César de Oliveira Silva, Marcelo Fernandes Pim, Hudson Santos, Francisco de Assis da Costa, Reinaldo Teixeira e Leandro Souza Pinto, com penas que variam entre 6 e 8 anos, conforme o grau de envolvimento.
Já Erasmo Figueiredo de Miranda e Joaquim Francelino de Souza Filho foram absolvidos por falta de provas.
De acordo com a denúncia, o grupo usava empresas de fachada para encobrir as operações ilegais. Os fertilizantes eram desviados, misturados com materiais de baixa qualidade — como areia e terra — e revendidos como se fossem produtos originais.
O material adulterado, conhecido como “formulado” ou “varredura”, era então inserido no mercado com documentação falsa.
Para isso, o grupo contava com uma estrutura organizada: barracões para adulteração, aliciadores de motoristas, operadores logísticos e emissão de notas fiscais frias.
Também participavam os chamados “viradores”, que convenciam caminhoneiros a se envolverem no esquema, além dos próprios motoristas, que atuavam conscientemente na fraude.
Na decisão, o juiz destacou que ficou comprovado que os condenados lucraram com as atividades da organização criminosa e participaram ativamente da execução dos crimes.
O magistrado decretou o perdimento de diversos bens adquiridos com recursos ilícitos, incluindo caminhões, semirreboques e veículos de luxo, como picapes VW Amarok e Dodge Ram.