A Academia de Medicina de Mato Grosso completará dezenove anos desde a posse de sua primeira diretoria.
Foi criada para preservar a história dos pioneiros da medicina no Estado, cuja trajetória remonta a 1808, na então Via Bela da Santíssima Trindade, onde foi fundada a primeira escola medica — mais tarde infelizmente, encerrada.
Somente em 1980 passou a funcionar a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso, instalada na cidade universitária de Cuiabá, no bairro do Coxipó da Ponte.
Hoje, Cuiabá conta com duas faculdades particulares de medicina em pleno funcionamento e uma federal — a matriz.
Em Rondonópolis e Sinop, outras duas escolas federais ampliam a formação médica no Estado.
É dever da Academia ser a guardiã dessa trajetória notável para que a memória de nossa história e de seus heróis não se perca com o tempo.
Em boa hora a atual diretoria decidiu criar o Museu dos Patronos e Patronesses.
São histórias comoventes, que servirão de inspiração às novas gerações de médicos.
Muitos precisaram viajar até Salvador ou Rio de Janeiro para cursar medicina.
A maioria retornou para servir à nossa gente — alguns deles hoje são patronos de cadeiras acadêmicas.
A proposta é que cada ocupante de cadeira escreva uma breve biografia de seu patrono.
Assim nascerá o primeiro museu da nossa Academia.
Outras ações se anunciam: pesquisas, simpósios, seminários, palestras voltadas aos universitários, e o desejado diálogo com os poderes da República.
Academias são instituições seculares, que evoluem de forma lenta, porém contínua.
Se não conhecesse as dificuldades de se implantar uma academia de medicina no Centro-Oeste, talvez não tivesse aceitado dos meus pares a honra de ser seu primeiro presidente.
Avançamos muito nestes primeiros anos, embora aquém de nossas ambições.
Seguiremos unidos, pois as prioridades são muitas — a começar por nossa sede própria.
Dois salões, em edifício comercial com estacionamento, atenderiam às nossas necessidades iniciais.
Contamos com a colaboração de todos os acadêmicos, hospitais, laboratórios de análises clínicas e serviços de imagens.
Assim se constrói, passo a passo o futuro em que acredito.
Gabriel Novis Neves é médico, ex-reitor da UFMT e ex-secretário de Estado