Estudo detalhado feito pelo Portal O Documento e TV Cuiabá aponta cenário financeiro preocupante, em Cuiabá. Nos últimos quatro meses, a prefeitura da capital arrecadou R$ 1,4 bilhão, mas empenhou R$ 2,1 bilhões em gastos com a máquina pública, totalizando um desencaixe entre receita e despesa na ordem de R$ 700 milhões. Boa parte deste passivo gritante se deve a desastrosa gestão que ficou oito anos à frente do Palácio Alencastro.
Neste 1º quadrimestre, em janeiro, se arrecadou R$ 381 milhões e foi empenhado R$ 549 milhões (R$ 168 milhões -). Já no mês de fevereiro, a prefeitura obteve R$ 337 milhões de receita e sacramentou como empenho cerca de R$ 536 milhões (R$ 199 milhões -). Em março, mesmo com aporte extra do IPTU, o Executivo arrecadou R$ 459 milhões, mas gastou R$ 603 milhões, registrando eventual déficit de R$ 144 milhões nas contas públicas. Para fechar o quadrimestre, em abril, a gestão cuiabana arrecadou R$ 286 milhões e empenhou R$ 481 milhões (R$ 195 milhões -).
Segundo o economista, Francisco Polegato, o déficit público, acima citado, pode ser bem menor, uma vez que os empenhos lançados no portal da transparência podem ter sidos duplicados de um mês para outro. “Se houver, por exemplo, empenhos não pagos dos anos anteriores, os famosos restos a pagar, eles podem ser pagos no ano seguinte, mediante um novo empenho”, explicou.
Polegato ressaltou também o caso de emendas parlamentares que podem ser apontadas mais de uma vez, o que infla um suposto déficit orçamentário.
“A repetição também pode ocorrer em empenhos originados de emendas parlamentares, onde o empenho pode ser registrado na chegada da emenda e no ato do seu pagamento. Portanto, pelo que eu vi, não posso afirmar se existe ou não este suposto buraco (R$ 700 milhões) nas contas de Cuiabá. É preciso separar a natureza das despesas para se ter uma ideia melhor. Porém, os indicativos deste primeiro quadrimestre não são animadores ao Tesouro de Cuiabá”, finalizou Polegato.